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DISAPPEARING ACT N.1 (2020)
[[Window Performance with latex barrier///Performance com barreira de látex]]
[[Drone images: Nil Canine para o projeto janelas.art/// Imagens drone: Nil Caniné for janelas.art project]]
[[We have been living in subjective terms for months. Staying at home has become an existential condition. We subtract ourselves from the urban environment within the city. We subtract ourselves from our physical existence. Nothing is seen, nothing is heard from the outside universe.
DISAPPEARING ACT N.1 is a response to the limitations of coexistence imposed by the 2020 pandemic. Being indoors for so long means building physical and psychic barriers to the outer world. The urban landscape here becomes anthropomorphic, the construction covers the subject that inhabits it. The rigid forms of architecture are strained by the delicacy of human presence. The spirit of our time manifests itself with the perspective of contemporary, simultaneous and ephemeral existence.
Minor White, commenting on Alfred Stieglitz's theory of equivalence, mentioned the ability of photographers to use the visual world as a plastic material for their own expressive purposes. He says "the power of the equivalent, in terms of the expressive-creative intention of the photographer, lies in the fact that he can transmit and evoke feelings about things, situations and events that, for one reason or another, are not or cannot be photographed.”
As we lost the public space, we also lost the relationship of our body with the city. A performance through the window is not just about how we exist and resist at this time, but also about how we communicate to others beyond the walls of our castle. Beyond the space of our digital screens where now we face our own image talking to the others.
For me this action deals with spatial ambiguity. Window as a physical membrane that separates the inside from the outside - which divides us - but which is also a portal between the world we see and the world that looks at us. Limit for the body but not for the glance. I learned the word ‘window' derives from Janus, the two-faced deity of Roman mythology; one facing forward for the future and the other facing backwards, in appreciation of the past.///Há meses estamos vivendo em termos subjetivos. Ficar em casa tornou-se uma condição existencial. Nós nos subtraímos do ambiente urbano dentro da própria cidade. Nos subtraímos de nossa existência física. Trancados estamos. Nada é visto, nada é ouvido do universo externo. Não enxergamos mais os outros.
DISAPPEARING ACT N.1 é uma resposta às limitações de coexistência impostas pela pandemia de 2020. Estar dentro de casa por tanto tempo significa construir barreiras físicas e psíquicas para o mundo exterior. A paisagem urbana aqui torna-se antropomórfica, a construção abarca o sujeito que a habita. As formas rígidas da arquitetura não são afetadas pela delicadeza da presença humana. O espírito do nosso tempo se manifesta na perspectiva de nossa existência contemporânea, simultânea, egoísta e efêmera.
Minor White, comentando a teoria da equivalência de Alfred Stieglitz, mencionou a capacidade dos fotógrafos de usar o mundo visual como um material plástico para seus próprios fins expressivos. Para ele, “o poder do equivalente, em termos da intenção expressivo-criativa do fotógrafo, reside no fato de ele poder transmitir e evocar sentimentos sobre coisas, situações e acontecimentos que, por um motivo ou outro, não são ou não podem ser fotografados.” À medida que perdemos o espaço público, perdemos também a relação do nosso corpo com a cidade. Uma performance através da janela não é apenas sobre como existimos e resistimos neste momento, mas também sobre como não nos comunicamos com os outros além das paredes do nosso castelo. Além do espaço de nossas telas digitais onde agora enfrentamos nossa própria imagem conversando com os outros.
Para mim, essa ação lida com a ambigüidade espacial. A janela como membrana física que separa o interior do exterior - que nos divide - mas que também é um portal entre o mundo que vemos e o mundo que nos olha. Limite para o corpo, mas não para o olhar. Aprendi que a palavra "janela" deriva de Jano, a divindade de duas faces da mitologia romana; uma voltada para o futuro e a outra voltada para trás, em valorização do passado. Que isso passe.]]
(Patricia Borges 2020)